sexta-feira, 28 de outubro de 2016

POUCOS PENSAM POR SI



            E por essa razão costumam confundir quem tem uma maneira própria de pensar.
            Nos últimos tempos amigos bem chegados, que tem a cabeça feita por quem não me interessa, têm me atribuído posições que nunca foram e não são compatíveis com minha maneira de pensar e agir.
            Para uns sou comunista. Para esse contingente de “queridos amigos” defino, de maneira ampla, o termo: “Comunismo é uma doutrina social, segundo a qual se pode e deve “restabelecer” o que se chama “estado natural”, em que todos teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada”. Lá pelos idos dos séculos XIX e XX, o termo foi usado para qualificar um movimento político.
            Sou proprietário, não renuncio a qualquer direito de propriedade, portanto não sou comunista.
            Rotulam-me de comunista porque desde novo tenho idéias próprias e jamais abro mão das minhas convicções diante do que dizem os maiores, e porque não dizer também mentirosos, veículos de comunicação que transformam os brasileiros em massa de manobra servil aos seus interesses nem sempre lícitos.
Rotulam-me de comunista porque preservei os patrimônios daqueles que os entregaram à minha guarda; rotulam-me de comunista porque nunca roubei a boa fé dos que confiaram em mim; rotulam-me de comunista porque tenho o direito igual ao de todo e qualquer cidadão brasileiro de escolher seus caminhos; rotulam-me de comunista porque procuro ser exemplo de cidadão; rotulam-me de comunista porque não sou produzido e muito menos puxa saco de quem pensa menos do que eu; rotulam-me de comunista porque cumpro com minhas obrigações, e talvez me rotulem de comunista por defender a ordem, a paz e o trabalho que dignifica todo o ser humano.
            Rotulam-me de comunista, talvez, porque tenho a coragem de reconhecer os erros cometidos pelos meus governantes na implantação de políticas sociais igualitárias a todas as classes sociais e de gritar por justiça aos injustiçados que têm medo do seu próprio silêncio.
            Comunistas são os covardes que querem tudo para si e para os seus e silenciam quando as injustiças são praticadas para beneficiá-los; comunistas são aqueles que silenciaram quando as benesses fartas da corrupção dos governos de outrora lhes sorriam com privilégios constrangedores.
            Não, quem fez uma vida de trabalho, de dificuldades e de lealdade, quando disse não aos amigos, não pode ser chamado de comunista, sob o risco de estar sendo vítima de estúpida, violenta e despropositada injustiça.
            Mas sei por que me pensam assim: Na qualidade de jornalista tenho feito ultimamente a seguinte pergunta: Porque neste Brasil de tantas falcatruas, de tantas fortunas mal explicadas, de tantos homens impolutos que fizeram fortunas à sombra dos governos, somente o LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sofre essa investigação ou perseguição sem fim sob o pretexto de que somente ele representa a corrupção? Quem é LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA? Um retirante nordestino? Um paulista por opção? Um quase analfabeto? Um homem com extrema dificuldade na expressão do português? Um homem que enganou o temido Golbery? O ex-presidente do Brasil mais condecorado pelo mundo? O homem tomador de cachaça? O homem de dezenove dedos? O homem capaz de balançar as estruturas da República? O único ex-presidente vivo que se mantém na memória do povo? Será que esse homem tão insignificante, de saber e de imagem, desafia um juiz de 1ª instância e a mais Alta Corte do País? Será esse homem tão poderoso?
            Afinal, quem é LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA? É de se pensar.
            Não defendo, não acuso, não pré-julgo, somente analiso os fatos à luz da razão e à distância.
      
           

            

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