É
a primeira dor de cabeça do candidato que ganha uma eleição para o Poder
Executivo, pois é regra geral acomodar primeiro os companheiros, na nova gestão, que de uma maneira ou de outra não atingiram seus objetivos de
campanha.
O
contingente de companheiros e de coligados envolvidos na campanha eleitoral é
expressivo e depois do resultado das urnas se transforma em ferrenho cobrador
dos esforços despendidos.
Cuidar
dos correligionários que foram candidatos e não eleitos é o primeiro e delicado
problema, pois poucos deles são efetivamente partidários, mas sim postulantes a
um cargo bem remunerado, de preferência sem fazer nada, junto ao Poder.
A
coligação quanto maior mais complicada, pois cada componente exige um lugar de
destaque compatível com sua participação na campanha. O eleito pode negar, mas
nenhum foge disso, esta é a regra geral no tipo de administração pública,
política e corrupta, que impera nos níveis municipal, estadual e federal.
Cumprir
com os compromissos assumidos durante a campanha é outro problema que atormenta
o eleito, uma vez que a maioria deles é feita para ganhar o tão ambicionado
cargo. Cumpri-los é outra conversa. Não
depende só de quem se compromete.
Reconduzir
por diversas vezes o mesmo gestor é também repetir os mesmos defeitos e os
mesmos colaboradores ou na melhor das hipóteses a maioria deles.
Existe
o velho chavão: “O povo tem o governo que merece”, mas aprendi com o amigo Nero
Meneghello: o povo tem o governo que a
maioria escolhe. Eu acrescento: A maioria escolhe, mas todos pagam a conta.
Não
tenho preferência por este ou aquele administrador, pois exceto pequenos
detalhes todos são iguais. Tenho profundas restrições ao modelo de
administração pública praticado no Brasil e que dificilmente mudará em função
da indiferença e da sua submissão popular aos governantes.
Não
existe evolução em qualquer sistema quando os mandatos, salvo raríssimas
exceções, são comprados com dinheiro, com tráfico de influência, troca de
favores e os bons candidatos, bom gestores, são substituídos por personagens
circenses, manequins de vitrine e almofadinhas que aproveitam e usam tudo e
todos tão somente para sua evolução individual ou aumento da fortuna material.
E
assim se sucedem as eleições com a maioria do eleitorado cometendo os mesmos
erros, transferindo as próprias responsabilidades e fazendo as mesmas críticas
aos velhos profissionais da política e, logo adiante, aos principiantes que se
espelharam naqueles para conquistar um mandato empilhado em outro e gozar as
benesses dos vitoriosos.
Embevecidos,
principalmente os do Legislativo, não lembram dos companheiros que lhes
ajudaram com dez (10), quinze (15), cinquenta (50) ou cem (100) votos para a
conquista da tão almejada cadeira porque todos, agora sim sem exceção, foram
eleitos pela legenda. E o pior: Muitos dos que ajudaram nem companheiros são.
Mas é assim que funciona. Cumpra-se a Lei.
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