BERECI da R MACEDO
FORMAÇÃO ACADÊMICA
A cobiçada formação acadêmica para uns pode ser muita
coisa, para outros pode ser pouca coisa, mas em nenhum momento é atestado de
caráter e de inteligência.
O professor Eduardo Portela foi
Ministro da Educação no período compreendido entre 15 de março de 1979 e 26 de
novembro de 1980 quando tive a oportunidade de assisti-lo em uma entrevista
cujo assunto abordava um derrame de diplomas universitários falsos na cidade de
São Paulo.
Indagado quais seriam as causas das
pessoas apelarem para aquele expediente, assim se manifestou: “O Brasil não é um oceano de cultura,
poderá sê-lo, mas atualmente é apenas uma ilha de cultura e a sociedade
aproveita o indivíduo pela sua titulação
e não pela sua qualificação”.
A grande maioria da população acadêmica anda atrás de
um diploma porque ele representa renda, boas condições de vida e garantia de
emprego, pois no presente têm inúmeros jovens que cursam faculdades tão somente
para fazer concurso.
O fato de o cidadão ter formação acadêmica
forçosamente não o inclui entre talentos e os homens de bem, pois basta ser
atualizado para saber da existência de verdadeiras quadrilhas com diversos
participantes com curso superior.
Não é a formação acadêmica que
diferencia os homens, mas o caráter.
Quantos dos meus queridos leitores são
filhos de quem não têm curso superior? Por acaso eles não são merecedores de
respeito e de não terem o reconhecimento do esforço que fazem para educar os
filhos?
Toda a sociedade que despreza os
valores éticos e morais como a brasileira, para valorizar de uma maneira
doentia a riqueza material, jamais conduzirá seu país ao desenvolvimento pleno
e harmônico.
Não há que se confundir definitivamente
formação acadêmica com caráter, com
ilibada conduta, com ética e com civilidade.
O diploma é uma necessidade para cobrar
honorários, pois a maioria dos que o conquistam esquecem o juramento para o
exercício profissional tão logo o
habilitem para tanto. Há muito tempo
a formação acadêmica deixou de ser fonte de saber e de estatura moral para se
transformar em máquina de fazer dinheiro. Ressalvada a exceção.
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