Surpreso por ter vencido os setenta (70) anos de idade
em vista da vida boêmia e solitária que levo.
Feliz pelas tantas manifestações
recebidas pelo transcurso do aniversário, em especial pela visita da querida e
sempre colega, Aneti Moraes Trindade, acompanhada do marido, Sérgio Trindade,
gerente aposentado da Caixa Econômica Federal e companheiro de futebol de salão
nos nossos tempos de atletas.
Feliz pela
presença, em São Gabriel, do Flávio Madruga, do Batista, do Carmaia, do
Pedroso, do Oreci, do Josué, do Guidolin, do Élson, do Raul e do Marcelo,
amigos que se deslocaram de Santa Maria somente para me dar um abraço.
Feliz porque entre as tantas
felicitações que recebi pelo lançamento do Livro, Versos ao Vento, está uma
especial, do Senhor Osório Santana Figueiredo, que já entreguei cópia à
Rafaela.
Realizado pela filha que tenho e
pelo carinho que as pessoas nutrem por ela.
Realizado por chegar a essa longa
idade sem ter me violentado.
Realizado pelos verdadeiros amigos
que sempre, de uma maneira ou de outra, me aturam em qualquer ocasião.
E por falar nas pessoas que me
aturam, sem a autorização do autor,
João Alfredo Reverbel Bento Pereira, reproduzo: UMA SIMPLES OPINIÃO. “Dificilmente se encontrará alguém mais
qualificado para exercer um cargo público eletivo – tanto no âmbito do
executivo, como do legislativo -, do que Bereci da Rocha Macedo. E digo isso
com convicção e certeza. Embora não seja simpático, é sério, honesto,
competente, coerente, firme, equilibrado, sensato e extremamente capaz em tudo
o que se propõe a fazer. Não sou cientista político e nem social, por isso não
consigo entender a rejeição ao seu nome. E, repito, ninguém é mais qualificado
do que ele para o exercício de um cargo público. Se existe alguém que o supere,
desconheço.
Se vivêssemos num país sério, com um
povo sério, seria um nome de ponta, a ser valorizado, compreendido e apoiado.
Mas, aqui, as coisas são diferentes. O mérito, o caráter e a competência são
coisas secundárias. A seriedade e o zelo com a coisa pública também não
interessam à maioria. É inconcebível a falta de oportunidades a quem tem a
coisa pública acima de quaisquer outros interesses.
São Gabriel perde a chance de dar
voz e vez a um dos seus filhos mais ilustres e representativos, preferindo
valorizar as conveniências momentâneas, passageiras e ilusórias. Vai-se
entender uma coisa dessas...”
Obrigado.
Caro
João, a resposta á tua indagação vem de 1898, com o nosso conterrâneo Alcides
Maia: “Sem a força do querer, sem a faculdade da ação, quase sem energia
coletiva, sem a disposição de ânimo para sacrificar tudo nas aras da justiça,
no culto da verdade intransigente, no respeito e na obediência aos princípios
cardeais de nossa estrutura política, o Brasil, esta nossa terra querida, tão
merecedora de piedade, tão pobre de amor, está e estará ainda por muito tempo
exposto ao charlatanismo de politiqueiros audazes, à precipitação dos ideólogos
e radicais, à exploração dos estrangeiros, e à ganância vil, ignóbil e pútrida
dos que se dedicam à vida pública, pensando unicamente na fortuna”.
Ou então com o Rui Barbosa,
falecido em 1923. “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem chega a se desanimar da virtude, a rir da
honra e ter vergonha de ser honesto”.
Sou apenas um homem que procura ser correto em tudo
que faz e assim honrar a família e os amigos, sem jamais abrir mão de suas
convicções. Já acostumei com a indiferença da maioria, mas tuas considerações a
meu respeito, para mim, valem mais do que 5, 10, 20, 50 mil votos. É, na
verdade, o reconhecimento da vida de um homem que disse não às vantagens
materiais para preservar sua identidade e sua vocação de ser o mesmo em
qualquer circunstância.
Por tudo que tem me acontecido nos
últimos dias é que me sinto o homem mais rico do universo.
SURPRESO, FELIZ, VENCEDOR E
REALIZADO.
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