sexta-feira, 27 de maio de 2016

TRAMA DIABÓLICA



         Nos meus tempos de garoto, já boêmio, gostava de ouvir Collid Filho: “Abrem-se as cortinas do sonho e da fantasia; unem-se a poesia e o tango para lhe proporcionar momentos de enlevo no recanto da ternura: No ar Salão Grená”.
            Hoje, já idoso, o anúncio é diferente: Abrem-se as cortinas da trama e da safadeza; unem-se o STF; o PMDB; o PSDB; o DEM e outros para lhe proporcionar momentos de pânico, angústia e hipocrisia no recanto do seu lar: No Brasil, Governo Temer.
            Não se iludam, o impedimento da Presidente Dilma foi para proteger a corrupção do grupo que assumiu o poder.
            O objetivo maior é responsabilizar o PT e seus afiliados pelas mazelas que o Brasil enfrentará pelos próximos 50, 100, 200 anos.
            A corrupção desenfreada, o roubo, a acomodação dos que são donos deste Brasil desde seu descobrimento sempre foi permitida por uma população subserviente e com a desculpa de protegê-la contra o comunismo.
            Esgotada a desculpa do comunismo, meia dúzia de adeptos, imperioso se fazia encontrar outro pretexto para organizar uma trama diabólica dentro do próprio governo, legitimamente eleito pela maioria dos eleitores brasileiros, para proteger a roubalheira dos que fatalmente seriam atingidos pelas investigações em curso.
            Pensaram em dar um golpe de mestre, mas não tiveram inteligência que imaginavam ter, pois o judiciário condenando o PT e seus afiliados protegia extraordinariamente os demais ladrões.
            O Obstáculo maior se chamava Dilma Roussef. A solução? Tirá-la do poder.
            Morremos sem assistir tudo. Os golpes e a cassação de governantes sempre aconteceram com o objetivo de moralizar as administrações, pelo menos anunciavam esse objetivo, mas no Brasil o último golpe foi para proteger os corruptos que seriam atingidos, porém pertencentes a ideologia adversa dos ocupantes do poder.
            É tão notória essa trama diabólica que o Judiciário está condenando o PT e os seus afiliados que se aproveitaram do desvio dos recursos públicos, enquanto que passa ao largo quando a denúncia é contra seus opositores.
            O Ministério do Novo Presidente, acredito que a anterior não volta, piorou consideravelmente, pois além dos corruptos do governo anterior, a eles se somaram três do PSDB, o campeão da corrupção no estado de São Paulo, eis que domina aquele estado em torno de vinte (20) anos sem que a justiça o incomode.
            Tudo continuará como antes, as mesmas moscas na mesma M. A única diferença é que a quadrilha que se apossou do poder conta agora com a simpatia dos meios de comunicação e dos conservadores que usam o próprio poder para esconder suas bandalheiras.
            A roubalheira e a corrupção assumiram o poder para a própria proteção. Pobre Brasil. Será que as Verônicas serão investigadas?
            
           
           
           
           
           
           


sexta-feira, 20 de maio de 2016

O BRASIL PRECISA SE RESPEITAR



            Quem não se respeita não merece o respeito de ninguém. O Brasil está ridicularizado no mundo inteiro devido aos últimos acontecimentos patrocinados por quem devia honrá-lo, qualificá-lo, engrandecê-lo e fortificá-lo perante as demais nações.
            Para quem em anos idos teve os anões do orçamento não é surpresa que eles ainda permaneçam em um Congresso destituído de dignidade, de moral, de seriedade, mas principalmente de respeito para com seus representados e seu País.
            Ou os representados são piores do que eles?
            Sou um homem comum que pratica um esforço extraordinário para ser correto comigo e com todos, porém nunca fui tão ofendido como estou sendo com a canalhice que tomou conta do Congresso Nacional.
            Não tenho representante naquela Casa de Prostituição política, pois o candidato que escolhi não logrou êxito na eleição de 2014. Mas não importa, é o Congresso do meu Brasil, de todos os brasileiros e infelizmente me representa.
            Sou um homem da planície, simples, mas aprendi com o Padre Heitor Rossato a seguinte oração: Não se trata se esta terra/ é a mais linda que tem/ esta terra é minha terra/ por isso lhe quero bem. Quero bem não porque é bela/ nem pelas cruzes dos céus/ quero bem a estes pagos/ porque estes pagos são meus/ porque é lei da natureza/ e mandamento de Deus.
            Amo minha São Gabriel, amo o Rio Grande do Sul e amo o Brasil.
 Por tudo isso a atuação ridícula, bagaceira e as expressões vazias sem qualquer sentimento de responsabilidade, manifestadas quando da realização da Assembléia de 17 de abril de 2016 me ofenderam, e acredito, ofenderam todos os brasileiros que têm personalidade, identidade próprias e são livres no ser, no agir e no pensar.
Os Senhores Congressistas devem ter em mente que representam um País e que no exercício dessa representação sempre deve estar presente o recato, a ilibada conduta e o sagrado predicado da isenção, pois eles tratam dos interesses de um povo e não do galinheiro ou da pocilga de suas casas.
O Poder Judiciário com suas decisões políticas, policialescas e seletivas ofende o cidadão de mediana inteligência, pois sua partidarização é evidente, proposital e descarada. Pune rigorosamente determinados faltosos e protege ostensivamente outros iguais. Isso não é fazer justiça.
A alegada incompetência da Presidente afastada é argumento muito pequeno diante da suposta canalhice dos que retornam e que sempre mantiveram o Brasil no obscurantismo enquanto no exercício do Poder.
Um país das desigualdades como o Brasil jamais atingirá o desenvolvimento, pois o percentual de 68,20% da tributação é sobre os bens de consumo, 3,52% sobre o Patrimônio e 24,14% sobre a renda, fazendo com que o sistema onere quem ganha menos, seja injusto e cruel.
Atualmente, no Brasil, somente os veículos terrestres são tributados e nenhum tributo incide sobre veículos aéreos e aquáticos. O Brasil possui em torno de 27.500 veículos aéreos entre helicópteros, aviões particulares e de companhias aéreas, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo a Marinha, o Brasil tem uma frota de 70.000 embarcações com mais de 16 pés – cerca de 5 metros – o que inclui lanchas, veleiros e iates.
Igrejas são isentas de tributos.
Mas o irresponsável e rasteiro Congresso Nacional, eleito pela maioria dos eleitores, fecha os olhos a essas distorções tributárias.
 Um povo cuja maioria cultiva mais a bandeira e a língua dos EUA do que as do seu País é o responsável por um Congresso Nacional suspeito e anárquico que o representa.
O Brasil precisa ser respeitado e o cidadão também. Não se esqueçam disso Senhores Congressistas. Saiam do esgoto em que se meteram, pois este é morada de ratos e baratas.
Não é da minha natureza silenciar quando o meu País é afastado do seu Estado de Direito.



            

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A ORQUESTRAÇÃO VINHA DE LONGE



            A Ação Penal 470 foi o golpe que fracassou, pois o Poder Judiciário acossado pela grande mídia se viu obrigado a criminalizar o PT e a condenar seus afiliados no julgamento mais midiático de que se tem conhecimento no mundo.
            O objetivo de então (2005) era convencer a maioria do eleitorado a não mais votar no PT, o que reconduziria ao poder, aparentemente de maneira democrática, todos os que não admitiam perder as benesses do poder e muito menos suportar que seus nomes fossem investigados pela nova Polícia Federal, com mais independência e liberdade de ação. A grande preocupação não era com a suposta roubalheira do PT, mas sim com o aparelhamento que os governos do PT deram à Polícia Federal.
            Será que os governos do PT aparelharam e liberaram a Polícia Federal só para ela cortar na carne dos petistas? Óbvio que não.
            Apesar da publicidade que a envolveu a Ação Penal 470 não surtiu os efeitos desejados e o PT surpreendeu nas eleições de 2008 e 2014, o que convenceu a direita fracassada e preocupada com as investigações da Polícia Federal a produzir o terceiro turno, e se reforçando do Poder Legislativo, parte do Judiciário e da grande imprensa paralisou o Brasil, anulando a maioria das iniciativas do Poder Executivo.
            Produziram uma crise por dia para abalar os pilares da administração federal.
            As tramóias mal feitas não obtiveram êxito na ajuda ao PSDB-DEM.          
            O Ministro Joaquim Barbosa foi usado pela imprensa como um símbolo de moralidade, mas até hoje não se sabe por que renunciou à Presidência da mais alta Corte do País e porque antecipou sua aposentadoria.
            Convenceram-se de que para evitar 2018 era preciso muito mais.
            A Presidente Dilma Roussef acossada, odiada e sem a habilidade natural do político escolado foi se isolando, isolando até ficar completamente só.
            Descobriram o Moro, o Juiz dos Juízes, intimamente ligado ao PSDB e fizeram com que o Joaquim fosse esquecido.
            E desta vez, com a cumplicidade do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e com o apoio dos grandes veículos da Imprensa Nacional parece, tomaram de assalto o Poder Executivo de uma maneira jocosa digna de republiqueta de bananas.
            Foi o golpe mais baixo, vazio, violento e banal que já se viu no mundo.
            A ruptura constitucional enfim foi conseguida, na marra, mas foi.
            No Brasil foi mais fácil afastar uma Presidente de esquerda do poder do que afastar qualquer treinador de futebol de equipe de 2ª de divisão.
            Não há mais necessidade do Eduardo Cunha. Herói antes, vilão após o golpe.
            Entendo que não é da natureza da mulher certas atividades, mas não posso compactuar com o violento e suspeito afastamento da Presidente Dilma Roussef.
            E isso se deve, também, a ação de um Judiciário que não usou de imparcialidade no exercício de suas funções e ainda com manifestações públicas e políticas de alguns dos seus membros desvirtuou o processo que acabou dividindo o pensamento nacional.           
            Minha tristeza não é proporcionada pela queda da Presidente Dilma, mas sim pela perda da confiança nos Poderes Executivo e Legislativo e pelo desvirtuamento do Poder Judiciário.
            Por mais que me esforce não posso aplaudir um Judiciário que desprezou sua essência, a imparcialidade. Caolho, julga de acordo com quem mais lhe pressiona. Em quem acreditar?
            Nada me surpreende aos 70 anos, pois desde novo aprendi a conhecer meu povo e a entender como funcionam as instituições no Brasil.
            Não lamento a saída da Presidente, o Brasil precisa é de povo e não de um Presidente, pois já tivemos vários e não houve evolução. Mas voltar a um regime de exceção não creio ser a melhor saída. O precedente é por demais perigoso. Amanhã teremos novas eleições e se o grupo dominante não gostar do resultado, novo golpe e assim sucessivamente por mais 20, 30, 40 ou 50 anos. Pensem nisso.
           
             

            

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A ARTÍSTICA PERSISTE



         Iniciei um convívio social na SUAB – Sociedade União Artística Beneficente lá pelos idos de 1970, hoje, por força de Lei, SUAG – Sociedade União Artística Gabrielense, jogando futebol de salão. Lembro que entre os atletas estavam o Rafael Condessa, o Quirino Santana Figueiredo, o Celso (trabalhava no Bradesco) e outros que os apelidos nos obrigam a esquecer os verdadeiros nomes.
         Associei-me em 1971, mais pela bocha do que mesmo pelo futebol de salão.
         Lembro que a Artística, uma Associação proletária, recebia muitas restrições do restante da sociedade pelo fato de seu estatuto permitir a prática de certos jogos para o lazer de seus associados: rinha de galo, bilhar, dominó, carteado, bocha, e tantos outros. Exceto a rinha de galo, os demais não tinham restrições da lei.
         Tenho a maior satisfação de dizer que a reestruturação da Artística tem um pouco do meu trabalho, pois foi na Diretoria do Presidente João Alberto Daniel Hertel, da qual participei na qualidade de tesoureiro que efetivamente começou tal trabalho.
         A Sociedade estava bastante desorganizada, pois nem seu Estatuto Social era encontrado na Secretaria. Foi ainda na gestão do Presidente João Alberto que o Estatuto Social foi reformado e devidamente registrado.
         Outros Presidentes vieram e com muito trabalho e dedicação mantém aquela Sociedade, que outrora era tão discriminada, como exemplo de superação de crises e da capacidade administrativa do proletariado são-gabrielense.
         Posso afirmar que a Artística é a única Associação do centro da cidade que está permanentemente aberta oferecendo diversos tipos de lazer a seus associados.
         É do aluguel de parte do seu patrimônio, da renda da locação da copa e das contribuições dos associados que sobrevive desafiando tempos difíceis, mas ao mesmo tempo demonstrando que para se manter ativa é imprescindível o calor da presença humana de tantos quantos  honram a finalidade com que seus fundadores a idealizaram.
         A Artística é a prova incontestável de que tudo é possível quando existe determinação e bons propósitos por parte daqueles que administram recursos de terceiros. Apesar de alguns percalços na longa caminhada ela está ali imponente e sobranceira dizendo aos descrentes e aos incapazes que as grandes obras estão reservadas aos que perseveram e não desistem dos seus desideratos.
         Salve Artística, é o que posso falar de ti em mais um ano de tua longa vida.
         Meus respeitosos cumprimentos a todos que contribuem com tua grandeza.
         (03.05.2016)