sexta-feira, 8 de abril de 2016

A POLÍTICA E A ECONOMIA

BERECI da R MACEDO
A POLÍTICA e a ECONOMIA
(08.04.1994)

                Embora muitos não queiram aceitar, uma economia saudável e forte é consequência de uma orientação política adequada e sadia. A economia no chamado ciclo autoritário foi mais estável porque a administração militar conseguia, no Congresso Nacional, uma maioria na “marra”, além da censura na imprensa. Quem não lembra do Golbery do Couto e Silva? Era o mago das articulações do governo.
            É sabido que o eleitor brasileiro não gosta de votar no estudioso ou intelectual, porque este sabendo de suas potencialidades não compra voto e muito menos pratica a política do “é dando que se recebe”. Assistimos, assim, uma avalanche de votos em pessoas completamente despreparadas para o debate e para o entendimento.
            Quem são nossos parlamentares? Homens de igreja, do rádio, da televisão, dos campos de futebol, ou seja, a maioria pertencente às atividades ligadas ao populismo. Os estudiosos, não mesmo. A dificuldade da administração de hoje se deve ao fato de não ter uma maioria parlamentar que lhe dê respaldo, partindo por isso para a negociação, cedendo, quase sempre, para o corporativismo. Isso não é bom.
            De outro lado esta difícil encontrar uma pessoa preparada para ser o magistrado de que o Brasil tanto precisa. Ela existe, porém não tem votos.
            Nossos políticos não são de outro planeta e muito menos caem do céu. Tivemos o “blefe” Collor e estamos caminhando para o perigo Quércia. Lula não ganha porque as classes conservadoras não permitem e, assim sendo, não representa perigo.
            É regra geral qualquer indivíduo comentar sobre a má qualidade do político brasileiro, mas se esquece esse mesmo indivíduo que o político brasileiro é produto da preferência da maioria dos eleitores. Portanto se o escolhido não tem moral e nem preparo, o que se dizer de quem o escolheu?
            O drama da economia brasileira está diretamente ligado à instabilidade política e negar essa evidência é pensar com pouca inteligência, ou má fé.
            Cabe às forças vivas da nação a tarefa de reverter esse quadro. Tão somente a elas, porque na democracia vale sempre a vontade da maioria.
            Somente de um eleitorado qualificado sairá um político do perfil ideal.
            O contrário disso é o Brasil de hoje. Daí o fracasso da economia.
            Parece que esta matéria foi escrita hoje, mas não. Ela foi escrita precisamente há vinte e dois (22) anos atrás. A conclusão fica a critério de cada leitor.

            Será que os R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) provenientes do Governo Federal chegarão a tempo do Prefeito concluir a infra-estrutura da Avenida Tito Prates? Se chegarem e a obra for concluída, será a marca da atual administração. Mas já estamos em abril.


            

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