BERECI da R MACEDO
A POLÍTICA e a ECONOMIA
(08.04.1994)
Embora muitos não queiram
aceitar, uma economia saudável e forte é consequência de uma orientação
política adequada e sadia. A economia no chamado ciclo autoritário foi mais
estável porque a administração militar conseguia, no Congresso Nacional, uma
maioria na “marra”, além da censura na imprensa. Quem não lembra do Golbery do
Couto e Silva? Era o mago das articulações do governo.
É
sabido que o eleitor brasileiro não gosta de votar no estudioso ou intelectual,
porque este sabendo de suas potencialidades não compra voto e muito menos
pratica a política do “é dando que se recebe”. Assistimos, assim, uma avalanche
de votos em pessoas completamente despreparadas para o debate e para o
entendimento.
Quem
são nossos parlamentares? Homens de igreja, do rádio, da televisão, dos campos
de futebol, ou seja, a maioria pertencente às atividades ligadas ao populismo. Os
estudiosos, não mesmo. A dificuldade da administração de hoje se deve ao fato
de não ter uma maioria parlamentar que lhe dê respaldo, partindo por isso para
a negociação, cedendo, quase sempre, para o corporativismo. Isso não é bom.
De outro lado esta difícil encontrar uma
pessoa preparada para ser o magistrado de que o Brasil tanto precisa. Ela
existe, porém não tem votos.
Nossos políticos
não são de outro planeta e muito menos caem do céu. Tivemos o “blefe” Collor e
estamos caminhando para o perigo Quércia. Lula não ganha porque as classes
conservadoras não permitem e, assim sendo, não representa perigo.
É
regra geral qualquer indivíduo comentar sobre a má qualidade do político
brasileiro, mas se esquece esse mesmo indivíduo que o político brasileiro é
produto da preferência da maioria dos eleitores. Portanto se o escolhido não
tem moral e nem preparo, o que se dizer de quem o escolheu?
O
drama da economia brasileira está diretamente ligado à instabilidade política e
negar essa evidência é pensar com pouca inteligência, ou má fé.
Cabe
às forças vivas da nação a tarefa de reverter esse quadro. Tão somente a elas,
porque na democracia vale sempre a vontade da maioria.
Somente
de um eleitorado qualificado sairá um político do perfil ideal.
O
contrário disso é o Brasil de hoje. Daí o fracasso da economia.
Parece
que esta matéria foi escrita hoje, mas não. Ela foi escrita precisamente há
vinte e dois (22) anos atrás. A conclusão fica a critério de cada leitor.
Será que os R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) provenientes do Governo Federal chegarão a tempo do Prefeito concluir a
infra-estrutura da Avenida Tito Prates? Se chegarem e a obra for concluída,
será a marca da atual administração. Mas já estamos em abril.
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