Segundo notícias diversas parece
que o mundo se chocou com o espetáculo deprimente que foi a reunião da Câmara
Federal, realizada dia 17 de abril de 2016, com a finalidade de votar o
impedimento da Presidente da República.
É
de se salientar que o choque não foi provocado pelo resultado da votação em si,
mas pela ridícula argumentação dos votos da maioria parlamentar.
Faz
muito tempo que solitariamente reclamo da falta de consciência da maioria do
povo brasileiro e da sua passionalidade quando se trata de assuntos relevantes.
A
Câmara Federal escancarou ao mundo que o Brasil, pela sua representação
parlamentar, se trata de uma republiqueta de quinta categoria, pois a maioria
das manifestações na hora do voto demonstrou a falta de fundamentação jurídica,
de recato e de respeito.
A
histórica reunião de 17 de abril de 2016 pode ter surpreendido o mundo, mas não
surpreendeu este articulista, eis que ele há muito tempo sabe da
irresponsabilidade da maioria do povo brasileiro e como não poderia deixar de
ser, de sua representação política. Não poucas vezes escrevi neste espaço que
não acredito em anjos comandados por demônios. Lamento, mas os componentes da
Câmara Federal atestaram que este jornalista interiorano está coberto de razão.
A
fragilidade dos votos se supõe, se deve ao fato de que muitos votantes,
supostos criminosos, não terem autoridade moral, muito menos credibilidade e
idoneidade para autorizar o impedimento da Presidente cujos crimes não foram
elencados e caracterizados para o devido esclarecimento da população.
A
maioria nem sempre tem razão, mas suas decisões devem ser respeitadas.
É
de se lamentar o comportamento paradoxal de uma relativa parcela da população
que aplaudiu e ainda aplaude freneticamente a tomada do poder por pessoas que
igualmente deveriam ter sido cassadas junto com a Presidente da República,
naquela histórica reunião, para o bem deste mal amado Brasil.
O
Brasil perdeu muito, não pelo resultado da votação, mas pela maneira como ela
foi arquitetada e conseguida.
E
aqueles que alegavam a ilegitimidade do mandato da Presidente, agora terão que
alegar a ilegitimidade do seu impedimento, discutível sob diversos aspectos.
Acredito
que mostrado ao mundo o embuste contido na reunião da Câmara Federal, do dia 17
de abril de 2016, esvaziada de postura, a perdedora saiu como a grande
vencedora, pois mais rápido do que imaginavam, os brasileiros estão se dando
conta de que a mudança imposta pela maioria dos senhores deputados não é a
melhor solução para os problemas do Brasil.