Publicado em 18.05.1989.
Nos
momentos que antecedem um importante pleito eleitoral, triste, percebo que o
povo brasileiro continua e continuará
por muito tempo vítima do próprio veredicto de sua maioria.
O
momento que vivemos é delicado e necessário se torna que todas as pessoas de
responsabilidade deste país passem a analisar novas idéias e não nomes e homens. O grande mal do
Brasil é a sociedade que o habita, inculta, egoísta, consumista e altamente
corruptora, pois não admite obrigações, mas somente direitos.
No
momento se discute Ulisses, Jânio, Collor, Covas, Freire, Aureliano, Maciel ou
Sandra, Lula, Brizola, etc, etc, quando o imperioso é discutir a reorganização
da família brasileira e repensar todo nosso sistema
político-social-econômico-administrativo.
Não
pensem, como afirmam os interesseiros, que a eleição direta para Presidente da
República resolverá todos os nossos problemas. O povo brasileiro elegeu,
diretamente, seus vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais,
senadores e porque não amenizou seus dramas?
No
Brasil já tivemos monarquia, república presidencialista, ditadura civil,
ditadura militar, presidente eleito pelo voto direto, pelo voto indireto, com
esse direito exercido por cidadãos de diversas idades, partidos e mentalidades
e, bolas, nada deu certo.
Os
tempos mudaram; o que foi bom ontem, talvez não seja bom hoje e, partindo desse
pressuposto é que afirmo, categoricamente, que enquanto discutirmos nomes e
homens estaremos, estupidamente, prolongando nossa agonia. O que o Brasil
precisa para crescer é de um novo sentimento, de uma nova idéia, de um novo
comportamento e já que não pode ter um novo povo, precisa, principalmente, que
cada cidadão, político ou não, faça sua parte, cumprindo com suas obrigações e
não somente exigindo seus direitos.
A
receita é simples: Austeridade,
moralidade, trabalho e educação e que cada cidadão seja respeitado pela
sua decência e não por sua declaração de bens.
Alguma
coisa mudou? Sim, mas para pior. Às vésperas de nova eleição repito o alerta de
vinte e seis (26) anos passados, pois de lá para cá não tem havido mudança, mas
sim uma mesmice de atitudes e a
insistência da maioria em manter nos poderes os mesmos nomes e homens que tem se mostrado por demais infrutífera.
Vivemos
2015, é quase certo que teremos eleições em 2016 e aposto que a mudança será
mínima, porque a maioria que escolhe é a mesma. A base está apodrecida haja
vista a demonstração dos senhores vereadores na votação do Parecer do TCE-RS
que aconselhava a desaprovação das
contas dos ex-prefeitos Baltazar e Rossano. De uma lavoura de joio
jamais se colherá algum trigo. Assim, os eleitos são o retrato da maioria que
os elege.
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