sexta-feira, 9 de outubro de 2015

NOVOS TEMPOS



            Precisamos de novas atitudes para viver novos tempos.
            Quando se reclama da alta carga tributária é preciso avaliar o que se facilita para a sonegação.
            Há poucos dias uma senhora me perguntou por que tenho tanto desprezo pelo sonegador. Minha resposta foi simples: Minha senhora, não gosto do sonegador porque ele usa de todos os melhoramentos que são construídos com os recursos dos que pagam impostos, além de contribuir decisivamente com o aumento destes.
            Todos os leitores sabem que há excesso de funcionários públicos federais, estaduais e municipais e que todos têm privilégios além de ganharem, salvo honrosas exceções, muito bem para o pouco que produzem.
            Para exemplificar: Sou cliente da Caixa Econômica Federal, gosto da Caixa, mas um dia destes uma funcionária – caixa – para não trabalhar ou trabalhar menos me mandou para o auto-atendimento. Óbvio que não fui, mas antes perguntei: Para que te pago um salário?
            O auto-atendimento foi uma idéia genial de quem o inventou, pois o cliente se atende sem ganhar nada e faz o trabalho de quem muito ganha para trabalhar pouco.
            Precisamos de um novo tempo para se convencer de que um vereador ganha uma babilônia de dinheiro para exercer uma atividade que muito bem poderia ser atribuída às associações de bairros ou a um conselho de cidadãos mediante uma pequena verba de representação. Precisamos nos conscientizar de que a alta carga tributária é produto também dessas remunerações desnecessárias.
            Novas atitudes para entender que não há necessidade de tantos senadores, de tantos deputados federais e de tantos deputados estaduais; precisamos combater as pensões vitalícias de nossos ex-governadores; precisamos combater a publicidade oficial que faz com que os veículos de comunicação neguem espaços para o cidadão comum exercer um direito constitucional; precisamos de novas atitudes para exercer o direito ou a obrigação do voto, pois é com o voto irresponsável e comercializado que produzimos a irresponsabilidade política dos detentores de mandato.
            Existem os que teimam em negar culpa aos eleitores quando dizem que eles sempre esperam boas ações dos eleitos, ao que eu respondo que quem vota sempre nos mesmos candidatos já os conhece o suficiente para saber até onde podem ir.
            Quando o senhor, caro leitor ou leitora, tiver a oportunidade de ser candidato (a), a qualquer cargo, não a despreze, pois então será sua vez de conhecer o seu verdadeiro povo. E nesse momento lembrará de mim e do que escrevo: Não existe País ruim com povo bom e vice versa.
            O Brasil precisa de nós, mas será que não lhe temos faltado?
            A classe política é o reflexo do que pensa a maioria da sociedade brasileira.
            Negar isso é nada mais do que fugir do debate consigo próprio.
           
            E se vocês não querem concordar comigo, leiam o que Alcides Maia já escrevia em 1898: Sem a força do querer, sem a faculdade da acção, quase sem energia coletiva, sem a disposição de ânimo para sacrificar tudo nas aras da justiça, no culto da verdade intransigente, no respeito e na obediência aos princípios cardeaes de nossa estructura política, o Brasil, esta terra nossa terra querida, tão merecedora de piedade, tão pobre de amor, está e estará ainda por muito tempo exposto ao charlatanismo dos politiqueiros audazes, à precipitação dos ideólogos e radicaes, à exploração dos estrangeiros, e à ganância vil, ignóbil e pútrida dos que se dedicam à vida pública, pensando unicamente na fortuna”. Satisfeitos? A coisa vem de longe.
            

            

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