sexta-feira, 21 de agosto de 2015

UMA FORTUNA PARA QUINZE (15)


            Ou a coletividade se mobiliza ou ficará refém de quem vive á custa dos recursos públicos. O Município de São Gabriel destina cinco milhões e trezentos mil reais (R$ 5.300.000,00)/ano para a sustentação da Câmara Municipal, o que significa que cada vereador custa a bagatela de vinte e nove mil, quatrocentos e quarenta e quatro reais e quarenta e cinco centavos (R$ 29.444,45)/mês. Além de absurdo, é ridículo tanto recurso para pouco ou quase nenhum retorno. E os abusos não são privilégio daqui, porém noutros municípios a coletividade despertou e começou uma mobilização contra tamanha exploração.
            No Município de Santo Antonio da Platina (PR), os Vereadores decidiram aumentar os próprios salários e o do Prefeito em mais de cinquenta por cento (50%), porém ante a indignação dos moradores liderados por uma empresária, não só o aumento foi cancelado como os salários vão diminuir no próximo ano.
            No Município de Jacarezinho (PR), ante a chegada de moradores para assistirem a sessão da Câmara que aumentaria o número de cadeiras, um Vereador que usava da palavra, os classificou como “alguns gatos pingados”. Ledo engano, pois os ditos gatos pingados lotaram a casa e começaram a miar em protesto ao referido aumento. Resultado: A emenda que aumentava o número de cadeiras de nove (9) para treze (13) foi revogada e ainda a aprovação do corte de trinta por cento (30%) nos seus salários.
            Nos Municípios de Ribeirão do Pinhal e Rolândia, a sociedade conseguiu fazer tramitar projeto de lei pela diminuição dos salários do Prefeito e dos Vereadores.
            Nos Municípios de Wenceslau Braz, Colombo e Ponta Grossa, se não obtiveram êxito na redução da remuneração, diminuíram o número de cadeiras.
            No Município de São João do Rio do Peixe (PB), os moradores conseguiram reduzir o número de vereadores.
            Chapecó (SC); São Caetano (SP); Foz do Iguaçu (PR); Monte Alto (SP) e dezenas de outras cidades seguem o mesmo caminho sob a pressão vigilante da sociedade, mas a grande mídia não tem interesse em mostrar a mobilização para as coisas cujas modificações estão ao alcance dos habitantes locais.
            Isso me faz lembrar o ano de 1989 quando alguns cidadãos lotaram a Câmara Municipal e em uma pressão extraordinária fizeram a maioria dos Senhores Vereadores REVOGAR a Lei que aposentava os ex-prefeitos vivos e os Vereadores não reeleitos.
            E nós, são-gabrielenses, quando vamos tomar uma atitude digna de cidadãos responsáveis, contra tamanhos exageros que minam as finanças públicas?
            Os R$ 5.300.000,00/ano e mais ou menos R$ 2.500.000,00/ano destinados à Câmara Municipal e aos CCs respectivamente inviabilizam investimentos que beneficiariam toda a coletividade. Esse desperdício justifica a expressão: “É a sociedade que está a serviço da Câmara Municipal e dos CCs e não estes que estão a serviço da coletividade”.
            As maiores crises de um país são construídas pelos seus homens públicos, executivos e parlamentos, mas nunca os mesmos têm suas remunerações e seus privilégios reduzidos com a finalidade de acabá-las.
        

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