É
o que a maioria das pessoas não faz e por essa razão vive amargurada, triste,
reclamando de tudo e de todos.
O
fato de não gostar do que se tem e valorizar demasiadamente o que é dos outros,
sem ter conhecimento de suas vidas, produz um sentimento de vazio, insegurança
e inveja, sentimentos que amarguram a vida de quem os sente.
Essa
é uma característica de todos os povos, pois do contrário não haveria a
pretensão de, digamos, conhecer a Europa tão distante e com tantos problemas e
não conhecer o Brasil, país que é o nosso e no qual moramos. Para a maioria dos
brasileiros qualquer país é melhor do que o nosso pelo simples fato de não
conhecê-los e não morar definitivamente lá. O mesmo pode se dizer do europeu e
de outros povos que se deslumbram quando vem passear no Brasil. O melhor lugar
é aquele onde não se habita.
O
melhor é tudo aquilo que não temos, quando o correto deveria ser sempre o
melhor aquilo que é nosso. É normal olhar para a casa do vizinho, o carro do
vizinho, a mulher do vizinho e pensar que tudo que é do vizinho é melhor do que
aquilo que temos. Por quê? A regra geral é porque não conhecemos os problemas
dos vizinhos e a outra regra é aquela mais geral ainda de que em nenhuma
hipótese admitimos que o problema maior somos nós. Ou ainda que os maiores
problemas existentes na vida quem os cria somos nós.
Há
pouco tempo um cidadão são-gabrielense disse que iria conhecer a Europa, ao que
instantaneamente perguntei: vais te
mudar? Não, ficarei uns dez (10) dias por lá. Engraçado disse eu, tens
sessenta (60) anos, moras aqui e não conheces o Rio Grande do Sul e muito menos
o Brasil. Tenho certeza de que não conhecerás a Europa em dez (10) dias.
Isso
não ocorre só com os brasileiros, mas com todos quantos viajam por esse mundão
afora. Cada país tem suas belezas naturais, seus costumes e suas tradições e
forçosamente as de um diferem das dos outros, mas o lugar onde não se mora é sempre melhor do que o
nosso porque não vivemos, no dia a dia, os problemas dele.
A
receita para ser feliz é gostar do que é nosso, mesmo que não tenhamos tudo o
que gostaríamos de ter. Reflitam sobre o assunto.
Da
minha parte procuro valorizar nossos poetas, nossos trovadores, nossos músicos,
nossos repentistas, nossos comerciantes pelo simples fato de que eles fazem
parte do nosso mundo, permanentemente, enquanto os demais só de quando em vez.
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