sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

HEINZE, irresponsável e fraco.


 


            Alguém me pede para escrever sobre a manifestação do deputado federal do PP-RS contra quilombolas, índios, lésbicas e gays. Deplorável sobre todo e qualquer aspecto. Mais deplorável ainda porque o deputado externou toda sua discriminação àqueles grupos em uma reunião para agricultores na qual, se supõe, nem de longe ele imaginava ter um dos presentes gravando-a.

            Não estou julgando o deputado, mas entendo que foi extremamente irresponsável no seu pronunciamento ao mostrar sua indignação perante um grupo, se supõe, em recinto fechado.

            A segunda manifestação o deixou em uma situação delicada quando quis remendar suas afirmações. Errou e errou feio, pois não deveria remendar o que não pode ser remendado. Não sustentou o que falou, foi fraco. Sou seu correligionário, o conheço muito pouco, mas não aprovo, nunca, sua manifestação, mas entendo que assim como ele explora politicamente muitas falhas dos nossos adversários, por certo eles explorarão esse episódio.

            Não discrimino ninguém porque todos têm o direito de viver e eles não são culpados pela sua natureza. Muitos falam em opção, mas no meu modo de ver as coisas todas essas pessoas discriminadas pelo deputado nunca exerceram a opção de nascer ou não. Não conheço qualquer gay que pediu para nascer gay, não conheço qualquer lésbica que pediu para nascer lésbica, assim como não conheço nenhum casal que programou ter um filho gay ou uma filha lésbica. Por isso prefiro dizer que eles não são culpados da sua natureza.

            Leio o articulista do Jornal do Comércio, Adão Oliveira, que de imparcial não tem nada, afirmando que o Heinze periga fazer mais votos em 2014 do que os mais ou menos 180 mil que fez em 2010 em função de suas declarações. Tal declaração insinua que os discriminadores são muitos.

            Não duvido, pois quem, se supõe, tem um maciço apoio dos faltosos poderá, porque não, ter o apoio maciço dos discriminadores que não ousam se expor ao sol, mas que no exercício do voto secreto extravasam todo seu ódio e toda sua discriminação porque se outorgam o direito de juízes e de senhores absoluto do universo.

            Depois de ter sido árbitro de futebol não desejo julgar atos ou fatos que acontecem longe de mim, pois na maioria das vezes não temos o contexto do que aconteceu e por essa razão não julgo o deputado, só posso dizer que pela sua atuação parlamentar em favor dos faltosos já não o considerava tanto e depois dessa manifestação, quase nada. Com uma ressalva: Preciso ouvi-lo e como isso é muito difícil, quase impossível, é a análise que faço do ocorrido baseado nas informações da grande mídia.

            A atitude do Deputado nada mais é do que uma conseqüência de exercer o mandato corporativo, ou seja, se identificar com uma classe, atribuir sua eleição à mesma e tornar-se embaixador dos seus interesses. É o que faz o Deputado Heinze do PP-RS, prioritariamente com a classe dos produtores rurais, na Câmara Federal.

            Não sei se consegui satisfazer aos leitores que pediram um comentário a respeito da inconveniente, agressiva, discriminadora e profundamente infeliz manifestação do Deputado Federal Heinze – PP/RS, o meu partido. Creiam que ele falou em seu nome, pois lhes asseguro que não faço e nunca fiz parte do grupo de discriminadores e enquanto participei ativamente das atividades partidárias o PP/RS nunca se mostrou desrespeitoso com as minorias, pois se assim se mostrasse imediatamente cancelaria minha filiação.

            Pelo contrário, entendo que um deputado federal, defensor do direito das maiorias não tem de desconhecer ou negar o direito das minorias.

 

            ### Continuo esperando a informação da Prefeitura de qual diploma legal autoriza a cessão de parte de via pública para estacionamento gratuito de veículos particulares.

           

             

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