Alguém
me pede para escrever sobre a manifestação do deputado federal do PP-RS contra
quilombolas, índios, lésbicas e gays. Deplorável sobre todo e qualquer aspecto.
Mais deplorável ainda porque o deputado externou toda sua discriminação àqueles
grupos em uma reunião para agricultores na qual, se supõe, nem de longe ele
imaginava ter um dos presentes gravando-a.
Não
estou julgando o deputado, mas entendo que foi extremamente irresponsável no
seu pronunciamento ao mostrar sua indignação perante um grupo, se supõe, em
recinto fechado.
A
segunda manifestação o deixou em uma situação delicada quando quis remendar
suas afirmações. Errou e errou feio, pois não deveria remendar o que não pode
ser remendado. Não sustentou o que falou, foi fraco. Sou seu correligionário, o
conheço muito pouco, mas não aprovo, nunca, sua manifestação, mas entendo que
assim como ele explora politicamente muitas falhas dos nossos adversários, por
certo eles explorarão esse episódio.
Não
discrimino ninguém porque todos têm o direito de viver e eles não são culpados
pela sua natureza. Muitos falam em opção, mas no meu modo de ver as coisas
todas essas pessoas discriminadas pelo deputado nunca exerceram a opção de
nascer ou não. Não conheço qualquer gay que pediu para nascer gay, não conheço
qualquer lésbica que pediu para nascer lésbica, assim como não conheço nenhum
casal que programou ter um filho gay ou uma filha lésbica. Por isso prefiro
dizer que eles não são culpados da sua natureza.
Leio
o articulista do Jornal do Comércio, Adão Oliveira, que de imparcial não tem
nada, afirmando que o Heinze periga fazer mais votos em 2014 do que os mais ou
menos 180 mil que fez em 2010 em função de suas declarações. Tal declaração
insinua que os discriminadores são muitos.
Não
duvido, pois quem, se supõe, tem um maciço apoio dos faltosos poderá, porque
não, ter o apoio maciço dos discriminadores que não ousam se expor ao sol, mas
que no exercício do voto secreto extravasam todo seu ódio e toda sua
discriminação porque se outorgam o direito de juízes e de senhores absoluto do
universo.
Depois
de ter sido árbitro de futebol não desejo julgar atos ou fatos que acontecem
longe de mim, pois na maioria das vezes não temos o contexto do que aconteceu e
por essa razão não julgo o deputado, só posso dizer que pela sua atuação
parlamentar em favor dos faltosos já não o considerava tanto e depois dessa
manifestação, quase nada. Com uma ressalva: Preciso ouvi-lo e como isso é muito
difícil, quase impossível, é a análise que faço do ocorrido baseado nas
informações da grande mídia.
A
atitude do Deputado nada mais é do que uma conseqüência de exercer o mandato
corporativo, ou seja, se identificar com uma classe, atribuir sua eleição à
mesma e tornar-se embaixador dos seus interesses. É o que faz o Deputado Heinze
do PP-RS, prioritariamente com a classe dos produtores rurais, na Câmara
Federal.
Não
sei se consegui satisfazer aos leitores que pediram um comentário a respeito da
inconveniente, agressiva, discriminadora e profundamente infeliz manifestação
do Deputado Federal Heinze – PP/RS, o meu partido. Creiam que ele falou em seu
nome, pois lhes asseguro que não faço e nunca fiz parte do grupo de
discriminadores e enquanto participei ativamente das atividades partidárias o
PP/RS nunca se mostrou desrespeitoso com as minorias, pois se assim se
mostrasse imediatamente cancelaria minha filiação.
Pelo
contrário, entendo que um deputado federal, defensor do direito das maiorias
não tem de desconhecer ou negar o direito das minorias.
###
Continuo esperando a informação da Prefeitura de qual diploma legal autoriza a cessão de parte de via pública para
estacionamento gratuito de veículos particulares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário