É desmoralizante para quem respeita horário a consideração com que são distinguidos os retardatários/atrasados. Não é possível compreender porque uma maioria é sempre penalizada por um irresponsável que se pensa dono do universo. Para quem procura respeitar as regras e não permite esse tipo de abuso sobra o adjetivo de intolerante, mal educado, radical, louco e alguma coisa mais.
O meu pai, um homem de pouca escolaridade, sempre dizia aos filhos: “o ser humano não é criado para ser chamado à atenção a todo o momento e por qualquer um”. Procuro ser o mais correto possível, mas pergunto: Por que, se cumpro com as regras, ser tolerante com o faltoso, com o retardatário, com o atrasado? O que tem de especial esse tipo asqueroso e arrogante que sacrifica uma coletividade com sua irresponsabilidade? Pensa-se especial? Melhor do que a maioria? Não, ele aposta na falta de disciplina da sociedade em geral e na tolerância de quem não se dá o devido respeito. A anarquia reinante neste nosso mal amado Brasil começa por aí. O retardatário prejudica reuniões, estraga churrasco ou qualquer outra comida ante a indiferença de uma maioria sem brio e sem poder de indignação. Sou rigoroso, não tolero atrasos embora normalmente seja criticado por isso. Tenho meus motivos e a consciência de que estou certo. Nada me abala, ainda que me acusem.
Certa vez um empresário de Bagé marcou uma entrevista comigo às 16,00 horas de determinado dia. Confirmei. À véspera peguei um porre e perdi o único ônibus disponível naquele dia. Não pensei duas vezes. Para honrar meu compromisso fui de táxi até à Rainha da Fronteira. Cheguei ao local da entrevista às 15 horas e 55 minutos. Falei com a secretária e a mesma disse: “O Doutor Mário saiu, mas disse para o senhor esperar uns 20 minutos”. Respondi: Não é possível, foi ele que marcou a entrevista. Levei aquela senhora até a porta e mostrei o táxi. Não precisava maior explicação. Pedi uma caneta, um pedaço de papel e escrevi: Doutor Mário, vá procurar um irresponsável que nem o senhor para trabalhar. Pensei que só em São Gabriel existia gente desse tipo, e voltei. Até hoje escuto os gritos daquela senhora: espere, espere, o senhor veio de tão longe. Não esperei.
Fiz outra viagem de táxi de São Sepé a Cachoeira do Sul por razão semelhante. É por isso que não dou chance aos retardatários. Cumpro as regras, os outros também estão obrigados a cumpri-las. Pronto, está na hora de se punir os infratores por que enquanto eles forem beneficiados viveremos numa bagunça total.
### O JULGAMENTO DE NUREMBERG durou 285 dias. Os vereadores de São Gabriel pretendem ultrapassar essa marca no julgamento do relatório do TCE-RS que deu parecer desfavorável às contas do Prefeito de 2006. Uns apostam que eles esperam o parecer desfavorável das contas de 2008 para fazer um só julgamento, pois o rosário de irregularidades deste nada mais é do que um repeteco daquele. Outros dizem que os vereadores se sentem constrangidos de julgar as irregularidades do executivo porque as do legislativo, guardadas as proporções, são bem maiores. É, SUPOSTAMENTE, o indigente julgando o miserável. É de rir.
### Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário