E
por essa razão costumam confundir quem tem uma maneira própria de pensar.
Nos
últimos tempos amigos bem chegados, que tem a cabeça feita por quem não me
interessa, têm me atribuído posições que nunca foram e não são compatíveis com
minha maneira de pensar e agir.
Para
uns sou comunista. Para esse contingente de “queridos amigos” defino, de
maneira ampla, o termo: “Comunismo é
uma doutrina social, segundo a qual
se pode e deve “restabelecer” o que se chama “estado natural”, em que todos
teriam o mesmo direito a tudo, mediante
a abolição da propriedade privada”. Lá
pelos idos dos séculos XIX e XX, o termo foi usado para qualificar um movimento político.
Sou
proprietário, não renuncio a qualquer direito de propriedade, portanto não sou
comunista.
Rotulam-me
de comunista porque desde novo tenho idéias próprias e jamais abro mão das
minhas convicções diante do que dizem os maiores, e porque não dizer também
mentirosos, veículos de comunicação que transformam os brasileiros em massa de
manobra servil aos seus interesses nem sempre lícitos.
Rotulam-me de
comunista porque preservei os patrimônios daqueles que os entregaram à minha
guarda; rotulam-me de comunista porque nunca roubei a boa fé dos que confiaram
em mim; rotulam-me de comunista porque tenho
o direito igual ao de todo e qualquer cidadão brasileiro de escolher
seus caminhos; rotulam-me de comunista porque procuro ser exemplo de cidadão;
rotulam-me de comunista porque não sou produzido e muito menos puxa saco de quem
pensa menos do que eu; rotulam-me de comunista porque cumpro com minhas
obrigações, e talvez me rotulem de comunista por defender a ordem, a paz e o
trabalho que dignifica todo o ser humano.
Rotulam-me
de comunista, talvez, porque tenho a coragem de reconhecer os erros cometidos
pelos meus governantes na implantação de políticas sociais igualitárias a todas
as classes sociais e de gritar por justiça aos injustiçados que têm medo do seu
próprio silêncio.
Comunistas
são os covardes que querem tudo para si e para os seus e silenciam quando as
injustiças são praticadas para beneficiá-los; comunistas são aqueles que
silenciaram quando as benesses fartas da corrupção dos governos de outrora lhes
sorriam com privilégios constrangedores.
Não,
quem fez uma vida de trabalho, de dificuldades e de lealdade, quando disse não
aos amigos, não pode ser chamado de comunista, sob o risco de estar sendo
vítima de estúpida, violenta e despropositada injustiça.
Mas sei por que me pensam assim: Na qualidade de jornalista tenho feito ultimamente a seguinte pergunta:
Porque neste Brasil de tantas falcatruas, de tantas fortunas mal
explicadas, de tantos homens impolutos que fizeram fortunas à sombra dos
governos, somente o LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sofre essa investigação ou
perseguição sem fim sob o pretexto de que somente ele representa a corrupção?
Quem é LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA? Um
retirante nordestino? Um paulista por opção? Um quase analfabeto? Um homem com extrema
dificuldade na expressão do português? Um homem que enganou o temido Golbery? O
ex-presidente do Brasil mais condecorado pelo mundo? O homem tomador de
cachaça? O homem de dezenove dedos? O homem capaz de balançar as estruturas da
República? O único ex-presidente vivo que se mantém na memória do povo? Será que
esse homem tão insignificante, de saber e de imagem, desafia um juiz de 1ª
instância e a mais Alta Corte do País? Será esse homem tão poderoso?
Afinal, quem é LUIZ INÁCIO LULA DA
SILVA? É de se pensar.
Não defendo, não acuso, não
pré-julgo, somente analiso os fatos à luz da razão e à distância.