Criança que chora e
que pede uma esmola.
Criança faminta sem
pai e sem mãe
Não tens culpa
criança do teu nascimento.
Que mundo maluco,
hostil, infernal
Não tem pena de ti,
não tem pena de nada.
Em meio à riqueza tu
choras criança
Tu pedes criança um
pedaço de pão.
Os homens governam,
os homens destroem,
Os homens não amam.
Também choro criança
por não te ajudar,
Sabendo ser fraco e
também egoísta.
Eu olho pra ti e
sofro calado,
Pois também sou
culpado
Desse grande pecado.
Não chores criança,
Mas olhes pra o céu
E rezes uma prece
Pra Maria em seu véu.
Qual é teu futuro,
Ninguém te procura,
Tu vives sozinha,
Tão triste e tão
pura.
Nem bem tu nasceste,
Já estás a morrer,
Porque sempre
sofreste
Sem ter o que comer.
A morte é um
descanso,
A vida é um horror,
Se vives sofrendo
Que morras sem dor.
Que Deus poderoso
Te dê sua benção
E no campo celeste,
Alcance teu pão.
São Gabriel (RS), outubro/1985.
Autor. Bereci da Rocha Macedo.
Até enquanto a censura
não me cortar, novamente.
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