sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

POBRE CRIANÇA


 

 

 

Criança que chora e que pede uma esmola.

Criança faminta sem pai e sem mãe

Não tens culpa criança do teu nascimento.

Que mundo maluco, hostil, infernal

Não tem pena de ti, não tem pena de nada.

Em meio à riqueza tu choras criança

Tu pedes criança um pedaço de pão.

Os homens governam, os homens destroem,

Os homens não amam.

Também choro criança por não te ajudar,

Sabendo ser fraco e também egoísta.

Eu olho pra ti e sofro calado,

Pois também sou culpado

Desse grande pecado.

 

Não chores criança,

Mas olhes pra o céu

E rezes uma prece

Pra Maria em seu véu.

 

Qual é teu futuro,

Ninguém te procura,

Tu vives sozinha,

Tão triste e tão pura.

 

Nem bem tu nasceste,

Já estás a morrer,

Porque sempre sofreste

Sem ter o que comer.

 

A morte é um descanso,

A vida é um horror,

Se vives sofrendo

Que morras sem dor.

 

Que Deus poderoso

Te dê sua benção

E no campo celeste,

Alcance teu pão.

 

São Gabriel (RS), outubro/1985.

Autor. Bereci da Rocha Macedo.

 

                Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

 

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