segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OS ESPECIAIS


 

 

            “Os mesmos” se pensam os únicos inteligentes e com credibilidade para exercer, “ad eternum”, o comando das instituições, mas não se dão conta de que com esse pensamento agridem o resto da classe, pois o taxam de incompetente e sem crédito.  Do alto da sua excepcionalidade proclamam: “Eu sou o único, logo os outros não existem exceto para me servirem”. Quanta pretensão. A omissão e a submissão da maioria são as responsáveis pela criação dessas anomalias.

            A alternância no poder é a melhor receita contra a criação de vícios e da famigerada corrupção que parece já fazer parte do nosso dia a dia.

            É natural e compreensível que quem faz parte “dos mesmos” não concorde quando alguém se atreve a criticar esse comportamento que, na sua opinião, é extraordinariamente nocivo à boa gestão.

            O contraditório “nos mesmos” é que eles justificam sua permanência onde estão, mas criticam a permanência de outros à frente de outras organizações. Ou então não lêem o que assinam.

            A permanência das mesmas pessoas por longos anos à frente de uma mesma organização dá o direito a qualquer um cidadão de pensar que elas defendem seus interesses particulares ou de grupos em detrimento dos interesses da grande maioria.

            Depois que o FHC patrocinou o escândalo da compra da reeleição em pleno desempenho do mandato virou moda a reforma de diplomas legais visando beneficiar os dirigentes de plantão. Felizmente o FHC foi modesto, pois comprou só um novo mandato. Já imaginaram se ele compra o direito de várias reeleições?

            A pluralidade de opinião deve ser respeitada, principalmente por um jornalista que prima por opinar sobre situações que não foram criadas pelo mesmo.

            A Venezuela tem o Hugo Chavez; Cuba tem o Fidel Castro; A Síria tem o al-Assad todos criticados por gente que no Brasil impõe suas políticas nas instituições que administram. Pode isso?

            O Brasil já teve oito (8) anos de Luiz Inácio, poderá ter oito (8) de Dilma Rousseff e mais quatro (4) ou oito (8) com o primeiro. Os defensores “dos mesmos” aplaudirão em nome da competência e da maioria? Os do seu lado sim, mas “os mesmos” do outro lado chorarão qual bebê com vontade de mamar. Quem defende e justifica a própria permanência por longos anos à frente de uma mesma organização está obrigado a aceitar a dos outros.

            Ratifico meu ponto de vista: “a permanência “dos mesmos” por longos períodos à frente de qualquer instituição é nociva ao seu desenvolvimento”. O meu lado ficou por longos vinte e cinco (25) anos no comando absoluto deste Brasil, mas hoje está pagando um preço muito alto por esse erro. Culpados? Não são os que se aproveitam do poder, mas sim a maioria que os mantém por vontade própria, por omissão, submissão ou conveniência.

            Sou jornalista, técnico em contabilidade, político e conheço como poucos o funcionamento do mundo empresarial. Trabalhei em cooperativas, em empresas particulares assistindo e combatendo a formação de grupinhos que usam as instituições para promoção pessoal. Sobrevivi a tudo sem jamais me contaminar, pois não corrompo e não admito ser corrompido. E nem pratico os atos que as pessoas criticadas por mim praticam.

       

 

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