Existem
bons e maus políticos.
Existem
bons e maus eleitores.
Sou
político e me orgulho disso.
Existem
muitos políticos preparados e corretos.
E não é pelo turbilhão de
acusações que infestam os partidos e muitos políticos com ou sem mandato que
vou negar essa atividade. Não tenho comprometimento e muito menos receio de ser
envolvido em qualquer delito que comprometa minha integridade moral. De uma
maneira ou outra sempre estou envolvido na política partidária, comunitária ou
profissional.
Todo
o ser humano é político e é a política que administra o mundo embora muitos
queiram transferir para ela a podridão dos humanos.
Comecei
na política nos tempos de estudante e lá se vão mais de cinquenta (50) anos.
Com tristeza observo que a evolução da sociedade foi quase zero (0).
Por
que nossos políticos eleitos,
salvo exceções, são ruins e aproveitadores? Os leitores têm a resposta?
Não? Então lá vai.
Nossos políticos com mandatos são de
péssima qualidade porque a maioria dos eleitores apodrece os candidatos
nas campanhas eleitorais para depois elegê-los.
Essa
é a mais cristalina verdade que a maioria não quer admitir. Apodrece o
candidato, o elege e depois de eleito quer que o mesmo seja sadio.
É
o candidato que tem de pagar os tradicionais carreteiros; pagar as receitas dos
médicos; pagar as contas de água e de luz; dar carona; sorrir até com a nuca;
patrocinar festas de aniversário; chorar em velório; prometer emprego e fazer
todo e qualquer tipo de favor que nada tem a ver com o cargo que disputa. É
difícil o eleitor se conscientizar de que o bonzinho pode ser falso.
E
nessa podridão do eleitorado, o candidato bem preparado para o exercício do
legislativo ou do executivo não tem vez porque é antipático e não dá nada para ninguém. Essa é a
cruel verdade e por isso vivemos momentos sombrios, sem vislumbrar uma solução
em curto prazo.
Dou
um exemplo do que afirmo: Na eleição de 2016 decidi fazer uma publicidade para
meu candidato a deputado estadual, do PP, porque ele não era conhecido na
região. Liguei para o comitê central da campanha e pedi o “santinho padrão”
para publicidade em jornal, ao que a moça que atendeu ao telefone de pronto
respondeu, mas não temos verba. Respondi: Pedi-lhe o santinho, não a verba. A
publicidade eu pago.
Outro
amigo, o Luiz Alberto Magri Pereira, ajudou nos custo da publicidade.
Alguns
dias depois recebi um telefonema da mãe do candidato, agradecida e surpresa com
nossa atitude: “Senhor Bereci, muito grata pelo que está fazendo pelo meu
filho. Isso não existe, a maioria só explora”. O Luiz e eu fizemos a nossa
parte, pois se Santa Margarida do Sul e São Gabriel, uma vez eleito o
candidato, precisassem de algum pleito junto ao Governo do Estado do Rio Grande
do Sul, teríamos autoridade moral para acioná-lo.
Fui
candidato diversas vezes, militei em várias campanhas políticas municipais,
estaduais e federais e todas elas me deram conhecimentos suficientes para
conhecer todo o tipo de político, mas também todo o tipo de eleitor.
Uma
última recomendação: Não apodreça seu candidato para não ter um eleito podre,
pois a qualidade dos eleitos mais depende dos bons eleitores e da sua vontade
do que deles próprios.