quinta-feira, 20 de abril de 2017

NA DEFESA DOS BONS



            Existem bons e maus políticos.
            Existem bons e maus eleitores.
            Sou político e me orgulho disso.
         Existem muitos políticos preparados e corretos.
         E não é pelo turbilhão de acusações que infestam os partidos e muitos políticos com ou sem mandato que vou negar essa atividade. Não tenho comprometimento e muito menos receio de ser envolvido em qualquer delito que comprometa minha integridade moral. De uma maneira ou outra sempre estou envolvido na política partidária, comunitária ou profissional.
            Todo o ser humano é político e é a política que administra o mundo embora muitos queiram transferir para ela a podridão dos humanos.
            Comecei na política nos tempos de estudante e lá se vão mais de cinquenta (50) anos. Com tristeza observo que a evolução da sociedade foi quase zero (0).
            Por que nossos políticos eleitos, salvo exceções, são ruins e aproveitadores? Os leitores têm a resposta? Não? Então lá vai.
         Nossos políticos com mandatos são de péssima qualidade porque a maioria dos eleitores apodrece os candidatos nas campanhas eleitorais para depois elegê-los.
            Essa é a mais cristalina verdade que a maioria não quer admitir. Apodrece o candidato, o elege e depois de eleito quer que o mesmo seja sadio.
            É o candidato que tem de pagar os tradicionais carreteiros; pagar as receitas dos médicos; pagar as contas de água e de luz; dar carona; sorrir até com a nuca; patrocinar festas de aniversário; chorar em velório; prometer emprego e fazer todo e qualquer tipo de favor que nada tem a ver com o cargo que disputa. É difícil o eleitor se conscientizar de que o bonzinho pode ser falso.
            E nessa podridão do eleitorado, o candidato bem preparado para o exercício do legislativo ou do executivo não tem vez porque é antipático e não dá nada para ninguém. Essa é a cruel verdade e por isso vivemos momentos sombrios, sem vislumbrar uma solução em curto prazo.
            Dou um exemplo do que afirmo: Na eleição de 2016 decidi fazer uma publicidade para meu candidato a deputado estadual, do PP, porque ele não era conhecido na região. Liguei para o comitê central da campanha e pedi o “santinho padrão” para publicidade em jornal, ao que a moça que atendeu ao telefone de pronto respondeu, mas não temos verba. Respondi: Pedi-lhe o santinho, não a verba. A publicidade eu pago.
            Outro amigo, o Luiz Alberto Magri Pereira, ajudou nos custo da publicidade.
            Alguns dias depois recebi um telefonema da mãe do candidato, agradecida e surpresa com nossa atitude: “Senhor Bereci, muito grata pelo que está fazendo pelo meu filho. Isso não existe, a maioria só explora”. O Luiz e eu fizemos a nossa parte, pois se Santa Margarida do Sul e São Gabriel, uma vez eleito o candidato, precisassem de algum pleito junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, teríamos autoridade moral para acioná-lo.
            Fui candidato diversas vezes, militei em várias campanhas políticas municipais, estaduais e federais e todas elas me deram conhecimentos suficientes para conhecer todo o tipo de político, mas também todo o tipo de eleitor.
            Uma última recomendação: Não apodreça seu candidato para não ter um eleito podre, pois a qualidade dos eleitos mais depende dos bons eleitores e da sua vontade do que deles próprios.
       
           
             
             
           
           

            

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